… O primeiro dia de creche (Para ela foi um dia feliz!)

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… Ontem no Programa da Cristina falávamos da arrelia de levar os filhos ao infantário pela primeira vez. A minha Leonor teve o privilégio de ir mais tarde que muitos meninos porque as avós deram tempo do seu tempo para lhe adubar a memória de afectos. Entrou no infantário em Maio de 2007, tinha feito três anos. Fui eu que a levei no primeiro dia e fui eu que a fui buscar também. Este, é o registo do abraço da manhã e do olhar de novidade a meio da tarde. Lembrei-me ontem deste dia. Sou capaz de sentir agora a força dos braços dela enrolados ao meu pescoço, o cheiro da água de colónia a que ela chamava ‘fume’ e o tempo que eu perdia sempre para lhe meter aquele gancho no cabelo. Lembro-me disso, mas também me lembro da vontade dela continuar na sala a brincar quando apareci para a levar para casa. Não chorou à chegada e ficou o dia todo bem disposta. Não gostava de dormir a sesta. Não gostava de ser obrigada a fazê-lo e tinha a sorte de ter gente com tempo e vontade que à hora da sesta ficava com ela. Andou no infantário onde andei eu e onde andaram todos os meus irmãos, onde o tempero da senhora Chica, a firmeza da dona Dai ou a ternura da dona Filomena me ficaram na memória e nas referências… Foi ali que a Leonor criou os primeiros laços de afecto com outros meninos da sua idade, a maioria estão hoje fazem parte da sua vida. Uma das coisas boas de estar num lugar pequeno a viver é que o conforto de confiar em quem trata dos nossos nos sossega a alma quando sabemos que, em alturas como esta, a maioria do pais tem a sua alma em grande desassossego. Se tivermos atenção, somos todos feitos de momentos de sorte como este, que na altura podemos nem valorizar ou agradecer, mas que são eles que ajudam a desenhar a linha da memória feliz com que crescem os nossos.  Os nossos! Aqueles que queremos sempre felizes.

 

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