… Obrigado Graça!

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… O País inteiro sabe quem é Graça Freitas que se viu enviada para o mediatismo sem ter feito nada para isso, porque estando como directora geral da Saúde está desde o primeiro momento da linha da frente no combate à Covid 19 numa luta desigual com o inimigo invisível e no desespero absoluto de nos tirar a todos desta pandemia. Com o frio chega uma nova vaga, por essa razão no programa ‘Dois as dez’ quisemos falar com ela sobre isto mesmo. E fomos claros e ela foi objectiva. É importante vacinar, é importante continuar a manter as medidas de segurança e é importante entender de uma vez por todas que a pandemia não é possado. Esta aí, é presente e não podemos deitar tudo a perder. Estas são palavras dela que qualquer pessoa de bom senso leva para si e aplica na prática. Vi uma Graça Freitas igual àquela que a cada dia nos entrava pela casa com os números da pandemia em infinitas conferências de imprensa. Mas percebi nos olhos e no cuidado de falar que a sua missão é gigante. E ela fala sobre isso com o entusiasmo de quem sabe que está a prestar um serviço público. Fala com a urgência que é preciso entender, assume para ela a função de ‘mãe’ de todos nós com conselhos práticos e seguramente úteis para não regredirmos neste momento tão complicado que todos atravessamos, uns mais que outros, mas que é difícil para todos. Graça Freitas tem a noção clara que é alvo de criticas mas está muito mais preocupada com o facto de salvar pessoas e ajudar a que todos nós possamos ter umas festas mais tranquilas do que as que tivemos o ano passado. Olhar para ela faz-me sentir ternura de uma pessoas que está naturalmente cansada, mas não baixa os braços, porque não é uma tarefa fácil e porque, digam o que disserem, muitas vezes não a entendem e seguramente nem sempre foram justos com Ela. Muitas vezes não foram justos com ela. Emocionou-se quando viu pessoas agradecer-lhe o trabalho que tem feito mesmo que as mesmas pessoas tivessem apontado algumas dificuldades no processo e criticado determinada logística. ‘É a realidade e tem que se ir ajustando a seu tempo’. Graça Freitas, que é médica de formação, já trabalhou num centro de saúde onde atendia um a um, onde passava receitas individuais, onde sentia o pulso – literalmente – a quem recorria a ela para ter dias melhores. Ao longo da sua conversa percebo que continua a fazer o mesmo, só que em vez de estar de estetoscópio sentada atrás de uma secretária, mede o pulso a uma população inteira com o mesmo cuidado e atenção se fosse a cada um de nós. Isto é serviço público. ‘O objectivo é que todos tenham a informação, todos se previnam e que todos tenham dias melhores’. Não sei se muitas vezes lhe terão dito obrigado, não se se os muitos aplausos que se ouviam às dez da noite lhe chegaram, mas sei que eu lhe devo um obrigado, não só pela generosidade da conversa, mas sobretudo por ter a certeza que abdicou muito do seu tempo, da sua família e do seu mundo para se dedicar por inteiro aos outros e isto – políticas à parte – é um acto de generosidade que é preciso entender e agradecer. A gratidão é o mais nobre dos sentimentos. Convém não esquecer!

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