… Aos 42 anos aprende-se que os amigos são parte da família que escolhemos. Ontem reuni muitos daqueles que, não sendo família de sangue, me conhecem as fragilidades e me acompanham há anos no trabalho. Sabem como sou chato, pretensioso, vaidoso, orgulhoso, mas também trabalhador, disponível e disposto a ajudar. Sabem que sou Amigo. Sabem que não sou fácil, que às vezes chego e não digo ‘bom dia!‘ e me vou embora sem dizer ‘até amanhã’. Sabem que tenho um feitio lixado, mas também sabem que gosto muito deles e só por isso os juntei. Porque acho que faz falta juntarmo-nos mais vezes. Se for preciso inventam-se razões para que o tempo permita que olhemos nos olhos uns dos outros, se perceba a vontade de estarmos ombro a ombro, a rir por tudo e coisa nenhuma. Sentir o abraço, o cheiro, perceber a vontade. Não sou muito bom nestas coisas, deste tipo de palavras, mas os que aqui estão, registados a preto e branco – (porque eu estava encarnado da cor do vinho) – fazem parte do meu coração. Talvez não todos da mesma maneira, com a mesma intensidade de espaço e tempo. Mas todos juntos, formam o que entendo por uma boa e confiante equipa de gente que passou a barreira da redação e se tornaram amigos de coração. Aos 42 anos, há gente aqui que amo como sendo minha. Amo à minha maneira, a tal maneira estranha, caprichosa e ciumenta. O amor não tem apenas uma maneira de se exibir. Ama-se e pronto. Ninguém me ensinou a fazê-lo. Fui aprendendo sozinho. Olhar e ver isto, faz-me pensar, que afinal há coisas que valem a pena e outras que só servem para nos fazer perder o tempo que se escapa das mãos com o avançar da idade. Amo os meus companheiros de trabalho, de guerra, de birras. Já devo ter brigado com todos eles. Mas não gosto de o fazer. Quero-os sempre juntos. Mais agora. Eles, mesmo sem lhes dizer, nem questionar, percebem porquê. Obrigado. Tanto!
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