… Estamos naquele meio tempo onde nada se faz e o que se faz é na expectativa de ver o tempo passar. Eu não sou muito fã desta data do calendário. Este intermédio entre o Natal e a passagem do ano. Eu gosto do Natal, não amo a passagem do ano. Gosto de aproveitar a época para viajar, sair daqui, apanhar um avião e  perceber que há outro mundo onde também me sinto bem. As coisas nunca são como nós queremos, pensamos ou imaginamos. Por isso resta-nos avaliar a realidade e lidar com ela da melhor maneira que sabemos ou conseguimos. Hoje, Domingo (aquele dia) de Dezembro é o dia de trocar presentes de Natal. Entre trocas encontro uma cidade vazia. Está uma cidade vazia. Parece oura cidade. O que aconteceu às pessoas que há uma semana corriam desenfreadas rua abaixo rua acima? Qual será a sua história? de que vivem? com quem falam? onde vão? o que fazem? onde colocam a chave quando chegam a casa?… Essas pessoas hoje não estavam lá. Não esbarrei nelas. É a mesma cidade sem tanta gente. A esta hora, devem estar a planear a noite de final de ano, ou a fazer contas aos gastos exagerados da consoada. A cidade começa, aos poucos, a respirar a normalidade que perde no mês de Dezembro. Eu gosto de rotinas por isso gosto mais dela assim. Não só para mim, mas muito para mim. Gosto de andar sem ter que pedir licença para dar um passo. Gosto de o fazer. Com muita gente no meio dela, não se desfruta a cidade, não se desfrutam as pessoas…