Sentir de Cristina não é uma biografia. (É um sentimento em folhas de papel)

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… Não é uma biografia. ‘São textos soltos de memórias e vivências que explicam o que sou, as minhas escolhas, os meus porquês…‘ foi desta maneira que Cristina Ferreira me respondeu quando lhe mostrei estranheza por me terem dito que iria lançar a sua Biografia. Sendo assim, há que olhar para isto com outros olhos e ver de outro lado. Vamos por partes: que pessoa mais vende neste momento em Portugal? Que mais capas faz? Que mais curiosidade desperta? A resposta é simples: Cristina Ferreira, a apresentadora que começou com um curso de apresentação, colaborava na TVI, saltou para a frente de um programa, tornou-se líder, apelativa, lança sapatos, perfumes, um blog, uma revista… Há pouca coisa que Cristina não tenha feito publicamente em 39 anos que não tenha chegado a grandes massas, até os seus exagerados vestidos, as demasiado glamorosas produções para o seu blog, que nem sempre se adaptam à realidade do público que a segue, o tal massajador facial cujo anúncio é de gosto duvidoso… Ela desperta interesse, cultiva o interesse, sabe como fazê-lo. Isto tem uma história, e se por entre textos soltos, vivências e memórias de episódios que viveu, Cristina satisfaz a curiosidade de muitos já valeu a pena. Claro que mais de metade de Portugal vai criticar, dizer que é ‘cedo para o fazer’, que ‘se acha o máximo’, que ‘não tem noção de tempo’… tudo isso e mais um par de botas, e o que faz Cristina? Avança. Em frente, completamente indiferente ao que digam ou escrevam sobre ela. Também disto é feita esta ‘máquina’. A sua relação com António Casinhas, que acabou publicamente, transformou a apresentadora de televisão numa mulher comum, próxima de muitas mulheres que sofreram de amor. Cristina sofreu (ou sofre), nunca me disse isto, mas percebi eu pela sua história… Não é mau sofrer de amor. É sinal que se sentiu. Esta mulher comum diz que continua a ser assim quando chega a casa e se agarra aos seus. Ao seu filho, aos seus pais, às suas memórias. Sentir é o nome da obra. Eu vou ler de uma ponta a outra, mas eu não tenho colado mim o pudor de achar que as pessoas têm que ter setenta anos de vida para terem uma história para contar. Eu vou ler, porque eu não acho que quem é apresentador de televisão no daytime fica automaticamente incapacitado de fazer outra coisa qualquer com mérito e sucesso sem se descolar. Vou ler, porque acredito que um perfume é uma boa aposta, que os sapatos podem ser confortáveis, que a revista é um risco que resolveu correr e venceu. Isso é de enaltecer. Vou ler, como leio tantas coisas e só depois dizer se gostei ou não. O que eu não suporto é este meio mundo de que falo criticar sem ter lido uma linha deste livro, nunca ter comprado a revista, cheirado o perfume, calçado os seus sapatos, visto o seu programa na televisão, visitado o seu blog… A isto chama-se ignorância voluntária. Há os que fazem tudo isso, e por idiotice extrema negam. E depois há os que de facto não gostam. Têm o direito e a esses este texto, ou o livro da Cristina, não lhes aquece nem arrefece. É isto!

 

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