… Tal pai, tal filha!

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Para qualquer criança a felicidade deve ser um
estado de alma constante. A Leonor está de férias. Cresceu,
está mais autónoma. Não me queixo da sua independência, porque gosto dela assim. Somos cúmplices. Continuamos cúmplices. Numa destas conversas ao fim da tarde, sob o pouco fresco que o Alentejo deixa sentir quando o dia com mais de 40 graus desaparece, falou ela, como se
estivesse a falar eu “pai, eu gosto das férias e de tudo
isso. Do calor  da praia, do sol… mas de vez em
quando tenho saudades”.

– Saudades de quê?

Tenho saudades do tempo frio…

Já? Ainda agora começou o Verão!

Eu sei, mas tenho saudades de sair de casa e ver gente todo o dia. As
mesmas pessoas à mesma hora. Não que tenha saudades da escola,
mas estou a pensar que tenho saudades desses dias, percebes?

Rotina?

Sim, é isso. Tenho saudades da rotina. 
A
rotina faz-se de felicidade. Ela é igual a mim. Eu também gosto
de variar, de ser surpreendido, de fazer diferente,
mas sou muito ligado às minhas rotinas. Já vos falei aqui tanto disso. É bonito perceber isto. Eu acho que quando sentimos falta da nossa rotina, é porque nela somos felizes, mesmo que de vez em quando reclamemos. Concordam?
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