… Talvez ouvir um pouco mais!

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…  Óbvio que as redes sociais vieram para nos trazer muitas coisas boas, mas também trouxeram de arrasto muita coisa má e aquela que eu acho mais desprezível é a forma como muita gente a usa para se meter em bicos de pés. Gente que nunca na vidinha opinou na cara de ninguém, se esconde num frente a frente e depois, num teclado com uma fotografia airosa, diz e volta a dizer sobre qualquer coisa como verdade absoluta. Gosto menos ainda dos fraquinhos, que não tendo a coragem de tomar a iniciativa se agarram ao carro de quem opina com mais força e devagarinho vão atrás para conseguir  likes e comentários. Estamos todos muito dispostos a falar, a opinar, a criticar sem que se nos peça para isso. Estamos numa espiral de caça às bruxas perigosa correndo o risco de se boicotar a liberdade de fazer e dizer só porque metade do mundo dá ouvidos ao que se diz e escreve na internet. Atenção, opinar sobre a vida de uma pessoa, não é o mesmo que vender um detergente. Calma! Sinto que estamos num caminho cuja volta é perigosa, um caminho que não comparto porque sei – por experiência de ambos os lados –  o perigo que tem. Acho que quem o faz com critério – tendo ou não razão – é livre de o fazer e até deve usar a plataforma para isso. Para alertar, levantar discussão, mas quem o faz só porque sim deveria estar calado. Devia manter-se quieto e sossegado, porque na maioria das vezes as coisas que leio sobre os muitos assuntos que são levantados, são literalmente tiros ao lado na desesperada vontade de apenas ‘escrever’ qualquer coisa para chamar a atenção. Estão, na verdade, a usar quem os lê como palco para chegarem a um lugar qualquer agarrados a opiniões alheias só porque um like faz diferença. Sou pela absoluta liberdade. Total! Sou dos que há mais tempo opina, diz o que sente e acha, sou dos que acredita que se os assuntos forem falados, comentados, trazidos para a discussão podem ajudar a que a algum lado positivo se chegue, mas sou absolutamente contra o oportunismo barato que se faz numa altura em que a maioria sente que escrever meia dúzia de linhas vai trazer mediatismo e uma data de links em sites que lhes darão cinco minutos de fama. Nada contra! Sempre e quando fizer sentido, sempre e quando se olhar para quem escreve e se perceber o crédito e a verdade do que está escrito, principalmente com a vontade de ajudar a encontrar uma boa solução. Agora, é assustador ler coisas escritas por gente que faz o oposto, pratica o oposto, ajuda a que se faça o oposto e durante muito tempo ‘patrocinou’ aquilo que agora critica publicamente porque dá jeitinho. Tentemos escutar mais e levantar menos alarido. O alarme social ajuda pouco, muito pouco quando a incerteza anda no ar.

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