Há uns tempos um amigo meu disse-me, ‘era boa ideia entrevistares o Manuel Luís Goucha para o Blog’. Eu lancei o desafio, vocês pediram e ele aceitou. Goucha protagoniza a nossa ‘conversa de café’, que por conta dele (porque tem esse direito) passa a ser ‘conversa de chá’. Aparece à hora combinada, ‘com o tempo contado’ mas com a simpatia de quem respeita o trabalho de um amigo e dos seus fãs. o Manel foi a primeira pessoa a entrevistar -me na televisão, já lá vão mil anos e ele estava na Praça da Alegria, é por isso também um padrinho e sempre que depois disto lhe pedi uma entrevista ou declaração (e já foram algumas) para qualquer lugar onde eu trabalhe, nunca a negou. Porque o Manel, é além de excelente comunicador, um Senhor. E essas coisas fazem a diferença.
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Manel um dos apresentadores em Portugal que mais liga à imagem
e é conhecido pela sua enorme colecção de casacos…. excêntricos! |
… Um café com o Manuel Luis Goucha, transforma-se num chá, ‘gosto dele a qualquer hora e há tantos lugares bonitos..‘. ficámos ali à conversa uns minutos, foi a esta hora mas podia ser a outra qualquer porque para Manel ‘o chá é bom a qualquer hora’. A conversa serviu, não só porque muitos no facebook sugeriram o nome do Manel, mas porque além de ser seu amigo gerou comentário o facto de Messi ter usado um blazer parecido com o seu, ‘achei muita graça. E em breve vou ter outros casacos que podem servir-lhe de novo de inspiração’ diz com graça. Goucha é conhecido também pelos seus muitos e excêntricos blazers, tem centenas, mas não arrisca um numero, ‘Nunca sei quantos tenho, não faço esse tipo de contagem até porque de vez em quando saem uns quantos. Regularmente vou dando a minha roupa’. Vê-se que gosta de chá, a conversa começou agora, já tomou duas xícaras. Sublinha o que diz com os olhos e com as mãos. É um comunicador, acima de tudo vaidoso, mas não por acaso ou por qualquer coisa, ‘só tenho vaidade do profissional em que me transformei, pela paixão e seriedade que todos os dias ponho no meu trabalho e gosto, cada vez mais, do homem que sou‘. Tenho que concordar. Esquivo-me e tento entrar um pouco mais na sua vida, sempre se disse que gosta de estar sozinho, da solidão voluntária, ele não nega e acha mesmo que nos momentos de solidão é a sua melhor companhia , ‘ eu sou a minha melhor companhia nesses momentos. Para quem diariamente passa a manhã com cerca de 100 pessoas esses momentos são muito regeneradores’. É radical na resposta, prepara-se para voltar com um programa novo no Cabo ‘tu cá, tu lá’, tem trabalho 24 horas por dia, não sei quando dorme mas sei que é disciplinado, ‘irritantemente disciplinado em tudo’. Falo-lhe de roupa, da vaidade de ser um dos mais elogiados e pergunto-lhe se é ele que trata do assunto, ‘até nisso sou disciplinado. Gosto de saber o que vou usar no dia seguinte ou mesmo nos dias seguintes nos programas!’. Também não pensem que a roupa é emprestada ou dada, Manel compra tudo, e é ele mesmo que escolhe porque gosta mesmo do assunto, ‘ gosto de roupa, pelos tecidos, pelas texturas, pelo lado estético, assumo. A minha profissão que envolve uma exposição pública diária, exige um certo cuidado!’. Que criadores aprecia Manel? ‘Uso muito criadores nacionais que aprecio, como Miguel Vieira, Nuno Gama e Jorge Ferreira (VICRI)‘. Para o apresentador ser ele a escolher a sua roupa é uma vantagem, porque ‘assim, só visto o que quero, porque me visto … para mim’. Arisco um pouco mais e tento que Manel me diga nomes de pessoas com pinta em Portugal ele não avança nomes, seria falta de chá – digo eu – mas diz que ‘há muitas pessoas com pinta e não necessariamente pela roupa que usam, antes pela elegância e sabedoria com que levam a vida. Para quê referir nomes? Eu sei quais as que me acrescentam e valem a pena’. E já que estamos num blog e nisto das redes sociais falamos disso e ele lembra-me que tem mais de quatrocentos mil seguidores no facebook que o seguem diariamente e que ele retribui, ‘ Gosto de mimar quem gosta de mim e por isso vou alimentando, na medida da minha disponibilidade, o meu mural com posts por vezes mais pessoais.‘. A conversa foi também assim, com um IPad ali ao lado, os olhos postos num punhado de papeis e uns livros na cadeira do lado. Manuel Luis Goucha também é isto!
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