… E passaram a correr 14 anos de ti. Um mundo tão melhor e mais alegre com o teu sorriso, com as tuas perguntas, com a tua perspicácia. Seria o mundo todo melhor, se no mundo todo existissem mais meninas como tu. Tão felizes como tu e generosa como te fizeste. Sou um pai orgulhoso, vaidoso e babado. Muito e sempre. E tu és uma filha feliz a mergulhar na adolescência, que se quer com tempo e espaço. Um dos ensinamentos de se ser pai é exactamente este, perceber o momento de dar tempo e espaço. Somos tão felizes os dois que não precisamos de nos pedir nem tempo nem espaço. Os olhos falam, os gestos deixam claro e quando se percebe não se pergunta, está-se alerta e atento. Passaram 14 anos e a minha filha supera toda a expectativa que eu poderia ter de uma filha. Boa aluna, atenta, generosa, educada. Muito bem educada. Tem as arrelias da idade, as manias que só ela entende e a certeza de que quando decide está decidido. Nada a faz mudar o caminho. Gosto disto! Gosto disto com a mesma intensidade com que tenho receio. Os filhos são-nos emprestados por Deus e a nossa função é fazer o melhor, há uma altura que não nos adianta ter almofadas, eles vão querer dormir no chão. Não nos adianta dizer que se deve falar baixo, eles vão querer gritar. A Leonor não é diferente. É uma menina com a dose certa de responsabilidade que sabe, desde sempre, que a conversa e a verdade são o único caminho para se chegar a um bom lugar. Nunca me mentiu. Já me disse coisas que não me apetecia ouvir, mas prefiro isso que mentir. A mentira não traz nada de bom. Nunca! A Leonor faz hoje 14 anos. Mudou muita coisa no mundo desde a sua chegada. Mudou a nossa vida, a vida de quem nos rodeia. Crescemos juntos a família aumentou. Há 14 anos estávamos a olhar para a Leonor como se fosse a primeira bebé no mundo. Era a primeira na família. Primeira neta, primeira filha, primeira sobrinha… é assim que a vemos até hoje. Como se fosse ainda aquela preciosidade frágil que nasceu numa tarde muito quente de 15 Maio em 2004. Os olhos eram muito grandes, a cara muito redonda. Mantém hoje os traços daquele dia e a força que lhe reconheci no dia que nasceu e, no meu colo, me apertou com a sua mão o meu dedo. Como se fosse a coisa mais importante. E era. E é. E assim temos estado. Ela a agarrar-me na mão como no dia que nasceu e eu a fazer o que me manda o coração. Estendo-lhe a mão. Uns dias aperta com muita força, outro mais leve. Há alturas em que não precisa dela… mas a minha função é estar aqui de mão estendida, como fosse uma âncora, onde ela vem e se sente segura. Além de saúde, só peço vê-la sempre sorrir. São 14 anos de Leonor que são 14 anos de amor.
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