… A Luísa Castel-Branco está este mês nas bancas com a revista Cristina numa entrevista que lhe fiz e que foi mais longe que qualquer entrevista que alguma vez lhe fizeram. Foi fácil ter esta conversa porque a conheço há vinte anos e também lhe devia esta conversa porque há vinte anos ela teve um papel importante no meu caminho profissional. Não foi fácil trabalhar com ela naquela altura, porque não nos conhecíamos um ao outro e tanto um como outro deveríamos ter algum receio. Hoje a Luísa faz parte do meu núcleo e ainda bem. Ela é uma mulher atenta, preocupada, de vez em quando ‘chata’ mas é uma característica sua que traz dentro da vocação com que nasceu que foi a de ser mãe. A Luísa merece mais do que tem. Não tenho dúvida disso, mas tem coisas muito boas como uns filhos que a defendem e protegem tanto como protegeu ela na altura certa os seus. Talvez os tenha protegido demais e por isso se acha um peso, porque precisa deles agora. Eu gosto dela, e ela é muito mais que as frases feitas ou brincadeiras que faz de vez em quanto com trocadilhos para se defender de um ou outro momento embaraçoso. A Luísa trabalhou a vida toda e chegou a este momento com a sensação que devia ter orientado a vida melhor. Chegou com a noção de que precisa de novidade. Eu, de verdade acho, que ela precisa tempo e espaço para se sentir boa profissional. É isso que lhe falta e é isso que mete tudo o resto em causa. Tem consigo os filhos, o companheiro Francisco, os netos e os sonhos. As pessoas devem ler a conversa que tivemos e não tirar conclusões de frases fora de contexto. As pessoas que gostam de verdade da verdade, devem saber ler. Devem colocar-se na pele do outro e entender quando o outro precisa ser escutado. É uma espécie de grito. O que a Luísa fez com esta entrevista que me deu, foi gritar a alma inteira. Eu conheço-a, por isso quando a Cristina me disse ‘escolhe uma mulher importante no teu caminho parta entrevistares’, escolhi a Luísa e ela foi generosa. É isso que me fica. Isso e a certeza de que revelei uma parte de alguém que merece ser descoberta. Só tenho a agradecer!
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