… Fechou-se a porta para o fim-de-semana. Segunda-feira é aberta pela Cristina, que a casa é dela, mas eu não posso deixar de agradecer a todos os que torceram para que cada vez que eu ali entrasse corresse bem. Um programa de televisão como ‘O programa da Cristina’ tem uma identidade própria, tem uma narrativa muito especial e é impossível de ser levado em frente sem a sua mentora. A dona da casa foi de férias, mas antes atravessou a rua, bateu-me à porta e pediu-me para ir lá a casa regar as plantas, ver se estava tudo bem, fechar as janelas e dar uma espreitadela no que ali se passava. Foi o que fiz. Entrei na casa a medo porque a dona não estava lá e é preciso respeitar o espaço de quem confia em nós. Fui sendo ‘invadido’ por gente que passava no bairro e entrava, se sentava, cozinhava, falava, contava histórias, cantava, e eu estava ali, tal como ela me tinha pedido para estar. A escutar, a ouvir, a dar espaço, a abrir a porta. Cada vez que a abria pensava na Cristina, pensava no que diria, no que faria, nos gestos com que sublinharia cada palavra que diria… Pensava nela, porque é a casa dela. Pensei em mim porque me confiou a chave de casa e eu tinha de fazer bem, tinha de receber bem, escutar bem, perguntar bem. A casa é grande. Ficou enorme sem a sua presença. No meio do rebuliço a que acostumamos quem assiste todos os dias, percebe-se a sua ausência porque um grito seu vindo do quarto ocupa o resto do espaço. Porque uma gargalhada sua dada na cozinha se escuta e contagia. Porque cada conversa tida na sua sala é escutada no tom certo… Tenho de lhe perguntar, quando chegar, se encontrou a casa como queria e se a vizinhança teve razões de queixa de quem tomou conta dela. Ali no bairro toda a gente sabia que eu queria muito tomar conta da casa e que me fui preparando para o fazer bem feito. Foi uma semana agitada, cheia de expectativas, de muito trabalho, pouco sono, entrega total e absoluta dedicação. Digam as pessoas o que disserem, escrevam o que escreverem, o que me fica é o carinho de quem em sua casa nos viu com atenção, que se emocionou connosco, se divertiu connosco, se juntou em sua casa à casa da Cristina. Todos os dias, quando acordava na minha e ia para a dela, ia com a expectativa de fazer o melhor, de me divertir, de fazer a festa, de aproveitar como aproveitam as crianças quando os pais vão de férias e os deixam sozinhos em casa… Assim fiz. Devagar, ao meu ritmo, mas assim fiz. Desde que entrava até que deixava a casa depois de almoço, logo a seguir a entregar o prémio do dia, fazia-o com saudades e uma enorme noção de responsabilidade que nunca me saiu de cima. A responsabilidade de honrar o momento que, feitas as contas, era do espectador. A equipa que toma conta da manutenção da casa fez tudo para que cada vez que eu ali entrasse me sentisse na minha, sabendo que era dela. Não há como agradecer a confiança que me deram e o apoio que nunca faltou. E, tal como disse na sexta-feira antes de fechar a porta, fiquei feliz porque a Cristina me deixou as chaves de casa, mas serei grato a vida toda por cada gesto de afecto, mensagem de incentivo e por me terem visitado a semana toda mesmo sabendo que a dona da casa não estava lá. Segunda-feira a Cristina volta à sua casa e eu à minha, ali ao lado. Já sabe que tanto uma como outra são acima de tudo suas. O que me fica desta semana é a certeza de que o melhor ainda está para vir e que, por muitas voltas que o mundo dê, chegamos sempre ao lugar onde nos esperam. A Cristina chega segunda. Estamos à espera dela! Obrigado a todos. De coração!
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