… Há muito tempo que estou para escrever sobre a Mafalda Castro. Estou para o fazer desde 2020 quando cheguei à TVI e ela também para apresentar os diários do BB. Eu já tinha ouvido falar dela mas não a conhecia. Nunca a vi do The Voice. Escutava-a na rádio. Foi o Nuno Santos que me falou dela, fui perceber quem era. Achei ‘diferente’. Quando nos conhecemos cruzámos logo boa energia e falamos a mesma língua num entendimento muito bom de conversa e confiança. Percebi sempre que era uma miúda com muitas coisas à sua frente mas com o pés bem assentes na terra. Tem na televisão talvez a melhor dicção de todas as da sua geração uma estaleca que trouxe da rádio, a paixão que teve de ‘deixar de lado’ durante uns tempos porque a televisão falou mais alto e não se pode – nem deve – fazer tudo ao mesmo tempo nestes horários alucinantes, sob pena de um dia não se conseguir fazer nada ‘eu não estava já a fazer bem nenhuma das coisas. Não tinha vida, estava a só a viver para trabalhar Isso não me fazia feliz!’, disse-me quando falámos sobre o assunto, já antes me tinha confidenciado que a sua ideia seria parar com algum dos projectos… e assim fez. Além de bonita, muito bonita, porque a Mafalda é seguramente a mulher mais bonita que a televisão portuguesa tem neste momento, trouxe para o ecrã a frescura da novidade blazé. Uma forma de fazer televisão com a tranquilidade que também é preciso ter. Não lhe tira o rigor nem o querer fazer mais e melhor, mas tem o toque de leveza que me palpita Mafalda tenta meter em tudo na sua vida. Com o tempo, Mafalda foi ficando melhor e mais próxima de casa. Gosta de ser dirigida e não tem problemas em assumir que precisa e que gosta de aprender num meio que foi novo para Ela e onde se aprende todos os dias. As palavras saem-lhe da boca com a naturalidade de quem as diria tanto ali como noutro lugar qualquer. Há com ela a empatia da proximidade, a certeza de que está falar para alguém em casa, de vez em quando torna-se tão próxima que sinto que está a falar para mim que estou sentado a vê-la no sofá da minha sala. Isso é bom. Para quem gosta de televisão isso é bom, porque ela tem aquilo que muitas não conseguem ter, porque a ‘câmara gosta dela’ como se diz em Espanha. Aliás, Mafalda parece que foi tele transportada de um canal internacional e posta no nossos ecrã, porque quem vê televisão espanhola, francesa, italiana percebe que o registo dela e a sua forma de estar passa muito por ali, não sei se se inspirou ou se lhe é inata esta maneira sua de estar no ecrã. É uma miúda bem disposta, cheia de objectivos e zero envolvida nos mexericos do meio ou de outro meio qualquer. É exigente quando sabe que tem razão e tem o defeito de fazer do telemóvel uma extensão do seu braço. Mafalda é há dois anos a cara dos diários do BB mas seguramente quer fazer mais e pode fazê-lo porque tem como. Não é igual a nenhuma, não imita ninguém. Não coloca a voz, porque a dela lhe sai naturalmente, não faz poses para chamar a atenção, porque naturalmente chama. Nos debates que apresentou no BB e ‘Amor acontece’ percebeu-se que sabe moderar uma conversa entre comentadores sem pisar o risco nem deixar que o façam e faz uma coisa sublime para quem apresenta estes formatos dá a sua opinião como se não a tivesse a dar, porque tem a inteligência de perceber que importante é o que fica do que dizem os comentadores. Era isto que queria dizer há muito sobre a Mafalda Castro, porque assim que a conheci percebi que ela estava apenas no começo. E isso é bom!
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