… Para um amanhã como ontem!

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… E de repente passou muito tempo e damos conta que estranhamente ganhamos costumes naquilo a que muitos chamam o ‘novo normal’. As pessoas acostumam-se a tudo. O ser humano tem a forte capacidade de se reinventar a torto e a direito e por isso, talvez alguns se sintam heróis nesta luta que travamos todos há muito tempo, há demasiado tempo. Aqueles que acham que podem fazer o que entenderem, que podem festejar, andar em romarias, noitadas, festas, sem o devido distanciamento e sem cumprir regras de segurança… esses, que se consideram heróis e que são responsáveis pelo aumento de casos numa linha que estava a abrandar de forma firme e segura para que depois, devagar, todos conseguíssemos avançar na direcção do normal que tínhamos antes disto tudo. Esses que se consideram heróis de meia tigela, não se respeitam a eles e dão-se ao luxo de não respeitar quem os rodeia, quem se cruza na rua, no trabalho, nos transportes, quem vai a casa, à família… esses deviam ser penalizados num Estado que exige a todos responsabilidade civil e dever de protecção uns com os outros. Não são heróis. Ao contrário do que se julgam, são só egoístas e idiotas que nada mais fazem além de propagar o vírus e festejar à maneira deles, como se fossem os únicos as poder fazê-lo. Enfim, é uma realidade que temos e com a qual teremos que lidar até que tudo acalme de verdade e não a fingir como tantos acham. Não obrigo ninguém a acreditar em nada ou coisa alguma, apenas peço respeito. Só isso! Cabe-me cumprir a minha parte e por isso fui vacinado assim que me agendaram. Esta é seguramente a maneira mais rápida para nos vermos livres deste maldito vírus. A vacina. Sou absolutamente a favor da vacinação e tenho que dizer que a forma como está feito todo este processo merece nota positiva porque além de rápido na medida do que é possível, está organizado. Existem falhas? Claro que sim! Mas somos todos novos nisto, se comparamos com outros Países estamos bem na frente no processo de vacinação. Não importa apontar o dedo do que está mal feito, importa enaltecer o que conseguimos fazer. O que vamos fazendo. Já contei que fui vacinado em Elvas, na minha cidade. O processo foi simples, feita marcação e estando à hora agendada, cumprindo todos os passos necessários tudo acontece no tempo certo. Não tinha grades filas à minha frente porque de facto estava muito bem organizado, mas acredito que em alguns lugares existam filas. É preciso esperar. Ter paciência. Ter empatia com quem está não só na fila, mas ali a trabalhar. Estão todos por todos. Esta foi a primeira dose. Importa deixar claro que a vacinação não impede que tenhamos no dia a dia a responsabilidade para não dar margem ao vírus. Deveremos por obrigação cívica e responsabilidade social continuar a manter o distanciamento, devemos continuar a usar máscara e a fazer do álcool gel o nosso companheiro de cada gesto. Só respeitando isto e não entrando no mundo da ficção poderemos começar a imaginar a vida como já a conhecemos antes. Sei que é preciso paciência. Que estamos esgotados. Que temos, os tais ‘heróis’ de meia tigela que não respeitam e se estão a lixar para os outros. Mas eu não quero carregar nas costas a responsabilidade de ter, de forma voluntária, contribuído para a propagação do vírus. Faço a minha parte para que o meu amanhã seja como já foi ontem e os que me rodeiam se sintam mais seguros.

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