… Todas as muitas vezes que olhei para uma porta vi nela a possibilidade de uma nova descoberta. Todas as muitas vezes que bati a uma porta era na expectativa que ela se abrisse. Mas não se iludam, quando o fizerem, porque elas não se abrem todas. Muitas ficam fechadas e algumas, às vezes, são abertas por alguém que aparece para ver apenas quem está do lado de cá e, logo a seguir, com ar ‘enojado, altivo e distante’ volta a fechar a porta com força. A força, às vezes é tanta, que durante dias ficamos a ouvir o barulho que faz quando uma bate na outra e é quase o refrão de uma canção a dizer ‘desiste, desiste, desiste…’ As portas com que me cruzei não se abriram sempre. Fecharam-se muitas vezes, e muitas vezes com força gratuita. Quando olho para esta fotografia, tirada para o JN, para falar de 20 anos desta vida na comunicação, penso que este sorriso (eu sou do que não gosta de fotografar a sorrir) revela que estou num bom momento, que, olhando para trás e para as muitas portas que não se abriram ou se fecharam, penso ‘ainda bem que aconteceu assim’, porque não se abrindo essas, abriram-se depois as certas, e, quando não se abriam de par em par, eu, como qualquer gaiato da aldeia faz, espreitava pelo postigo e se visse a oportunidade de a fazer abrir, subia um degrau e saltava uma janela. Descobria sempre a oportunidade no espaço que estava aberto. Isto vem a propósito de nada, que não seja agradecer a todos os que me foram abrindo as portas a que bati, aos que bateram à minha e dizer que – como li um dia – apesar de ‘a sorte bater à porta, ela não roda a maçaneta’. Eu sou um ‘pro’ a perceber a altura de rodar as maçanetas. Isso é muito importante. Mesmo! Obrigado a todos vocês por me acompanharem, sabem que não consigo responder a todos, mas consigo receber as vossas mensagens e energia, consigo entender a boa onda e sinto-me orgulhoso de perceber que tenho comigo gente que confiou em mim quando eu dava os primeiros passos e ainda não tinha força, nem tamanho, para chegar à campainha. Obrigado!
Foto. JN
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