… Quando vos falo de televisão com gente dentro, é disto que falo. Quando falo da televisão que se faz com o coração, é disto que falo. Quando falo de gente que não se importa de despir a alma para que outros possam vestir-se de esperança, é disto que falo. A Júlia voltou ao ecrã num programa que me arrebatou no primeiro minuto. Estreou ontem e liderou todos os segundos, mas não é por isso. Podia não ter liderado e eu teria ficado colado ao ecrã o mesmo tempo. Vi uma Júlia que já não via há tempos, vi uma apresentadora no tom certo para uma tarde dedicada ao amor em todas as frentes, como se estivesse sentada ao nosso lado, em nossa casa. Vi eu e viu o público que escolheu ver naquele momento. Delirei quando de manhã vi o gráfico de audiências e fiquei na expectativa de ver o programa de hoje. Esta semana tranquei esta hora e meia durante a tarde e não farei nada a não ser ver o programa em casa. Como um espectador. Fiquei colado ao ecrã com a história da Andreia, que já a tínhamos lido contada por si no seu blog, depois reproduzida por dezenas de meios de comunicação social e hoje, convidada da Júlia, contada de viva voz com os olhos molhados, os de uma e outra. Uma e outra no colo de uma e outra. É uma ternurenta redundância. Quando vos falo de televisão com gente dentro, é disto que falo. De uma apresentadora que recebe outra e, sem pergaminhos, debulham por camadas a história da vida de cada uma numa partilha com o público. O público a que estão tão expostas desde que resolveram escolher esta profissão. Esta imagem, que roubei ao ecrã, captada pela realizadora Carla Clemente, será a legenda para este texto, que pode não ter importância nenhuma, mas é o que eu acho, o que sinto e o quero que se entenda. É nisto que temos de acreditar: a televisão não está gasta e a televisão bem feita está menos gasta ainda. A história recente prova-nos isso e, quando achamos que nada nos vais surpreender na ‘caixa mágica’, estamos enganados. Eu rebento de orgulho porque conheço a equipa que leva o programa para a antena e de tão esforçada e trabalhadora merece os melhores números, porque televisão também é o número do dia seguinte. Eu fico emocionado por ver a Andreia generosamente partilhar a sua história – assim como a história de amor do casal anterior e a história da convidada seguinte – a emoção fica-me colada à pela quando a Júlia confessa que sofreu um aborto e, do alto da sua maturidade, recua no tempo e vive o episódio. É televisão com gente dentro. É emoção. É isto que eu quero como espectador, porque, se na televisão o melhor ainda está para ver, não tenho dúvida nenhuma que a SIC e o ‘Júlia’ estão a fazer o melhor com este programa. Se me perguntarem porquê? Porque me desperta emoções. Televisão, meus amigos, é acima de tudo emoção. Lembrem-se disto.
Leiam também um destes artigos:
SUBSCREVER E SEGUIR