… O Conan (para lá do visual e depois do preconceito)

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… Se me perguntarem se gosto da música do Conan Osíris sobre os telemóveis, digo já que não. Que não acho graça à música, que os sons não me parecem sequer originais, que me faz lembrar qualquer coisa que não é novo mas que, ali, misturado com a sua voz, não gosto de escutar. Se me falarem da letra, acho que é bonita. Faz sentido, se entendida. O problema é que muitas pessoas falam, criticam, opinam sem ter a noção da letra nem da música. Podemos todos ter direito a gostar mais ou menos de um artista, mas não temos direito nenhum de o massacrar porque se apresenta diferente, porque canta diferente, porque se expressa de forma diferente. Isso não é uma crítica, isso é preconceito, e cabe a todos nós evitar que aconteça.. Vamos olhar para a canção e perceber se nos faz sentido, se nos desperta emoções. Vamos ouvi-lo e perceber as suas razões, se aquilo existe ou se é um ‘boneco’ inventado oportunamente.  Se for, está no direito dele e nós no direito (ou não) de o consumirmos. Eu acho graça a gente fora da caixa, aqueles que têm a capacidade de inventar qualquer coisa que faça mexer o terreno cinzento onde andamos todos a medo, com o receio da avaliação. Não sou, porque nunca fui de unanimidade, não me parece que seja isso que o Conan procura, mas sou muito pelo respeito pelo trabalho dos outros, mesmo que não me identifique com eles, e desde que lhes reconheça verdade. O Conan é ainda um artista em crescimento na arte que ele entende ser a sua, com a vontade de passar mensagens que lhe fazem sentido. É isso que temos de ver, absorver e, em última análise, gostar ou não. Massacrar alguém porque se apresenta de forma diferente é primário, gratuito e revela de cada um de nós uma falta de generosidade imensa para com o mundo que não rodeia o nosso umbigo. Façam esse exercício. Eu tento fazê-lo sempre.

 

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