… O bom do entretenimento é isto. Agarrar em alguém, metê-lo num mundo novo e esse ‘alguém’ fazer da oportunidade divertimento, ou seja, entretenimento, que foi o que fez o Raul Meireles ao interpretar divinamente António Variações no Domingo à noite na SIC. Se chegasse alguém ali de repente e não soubesse o que se passava, iam claramente ficar baralhados e questionar se não seria o próprio no palco do Lip Sync a dar show como só ele sabia. Meireles teve uma extraordinária prestação, não lhe faltou a coreografia nem o playback, não lhe faltou o jeito, o queixo para trás, o tique nos ombros, os punhos fechados, o golpe de anca, a vontade e, acima de tudo, a entrega. Estas coisas são muito feitas de entrega e verdade. Quando vi, e voltei várias vezes ao vídeo do futebolista, percebi logo que ali havia mais que vontade de participar: havia a total verdade de alguém que, naquele instante, acreditou ser aquela pessoa. E só assim entretenimento é entretenimento à séria. Bravo, Raul!
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