… Vejo novelas desde sempre. Gosto de novelas desde sempre. Não sou mais de uma do que de outra. Sou muito dos actores que estão nos elencos e do que nos passam como nos passam. Quer o Destino é uma das novelas mais vistas neste momento. No meu caso é vista desde o primeiro dia porque a considero boa desde o primeiro episódio. Sara Barradas marcou logo no primeiro dia, Maria José Pascoal passou verdade, maldade e sofrimento desde a primeira cena, Mariana Mota mostrou-me uma faceta que eu dela ainda não conhecia em televisão, Leonor Seixas um papel bem disposto e muito bem feito na sua parceria com Esparteiro, as cenas de Rodrigo Paganelli são deliciosas, João Vicente, Filipe Vargas… não me lembro do elenco todo, mas ali tudo (ou quase tudo) é bom, muito bom e, na minha opinião Pedro Teixeira está no seu melhor papel em televisão seguramente (embora eu o ame ver em Mental Samurai) protagoniza um vilão à altura e é tão bem feito, que quase me esqueço a ternura que tem dentro dele enquanto pessoa, o porreiro que é e o bom rapaz que todos elogiam. Seguramente na vida de ator de Teixeita haverá um antes e um depois desta novela. É diferente, não é mais uma novela e este não é o Teixera de outras novelas. Vi o actor para lá do Pedro, esqueci o sorriso bonito, deixei de imaginar como tinha os abdominais, se usava as calças apertadas, o que diz a imprensa sobre ele… Vi o actor e aos meus olhos, que são apenas de espectador, o seu crescimento foi brutal. Depois, como seu irmão na trama, temos Pedro Sousa que merece arrecadar para televisão este ano todos os prémios que toquem a representação. Todos conhecemos o Pedro, todos já o vimos trabalhar, mas aposto que nenhum de nós- sei que pode ser injusto – antes desde papel, imaginava que o Pedro fosse capaz de nos chegar tanto e com tanta força. Não sou de rasgar elogios facilmente, mas sou dos que acha que as pessoas devem ser elogiadas se fizer sentido, se passam a caixa mágica que é a televisão e quase se transformam em gente ao nosso lado com tamanha verdade que quase lhes conseguimos sentir o quente da respiração. O Pedro Sousa arrebatou-nos neste seu personagem que foi num crescendo brutal de realidade que chegava a meter medo. Que papel! Seguramente em televisão do melhor que vi nos últimos tempos. Credível, intenso, de entrega… as cenas da novela misturavam-se com a realidade e quase nos esquecíamos que era ficção, o que para um actor deve ser o melhor que se pode dizer. Hoje, aqui na praia, apeteceu-me fazer um elogio público à novela ‘Quer o Destino’. Ao reconhecimento que se deu por mérito à Sara Barradas – que teve que quebrar barreiras de preconceito – e aos Pedros que de facto provaram, talvez sem intenção de o fazerem, que não adianta meter rótulos na testa das pessoas, porque se tiverem talento e lhes for dado um bom papel rasgam isto tudo com a alma toda. Não é porque são lindos de morrer, que terão que ser galãs a vida inteira com cenas que se resumam a arrelias românticas na trama. Aqui está a prova! Elogio feito, seguramente dividido por muitos que não terão tanto espaço como Eu.
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