… Não gostei nada do que fizeram à Judite Sousa. Podia ter escrito ‘Não gostei nada do que fez a Judite Sousa’, mas não é verdade. Mentiria. Aquilo que seria uma discussão ‘normal’ entre dois companheiros de trabalho transformou-se num episódio canibalesco contra a Jornalista, que de facto está frágil há algum tempo e isso – aos meus olhos – é evidente, o que não desculpa, mas em parte pode justificar algumas coisas. Ainda assim, o que não consigo entender, o que me custa perceber, é como é que alguém, supostamente colega de profissão, resolve ‘roubar’ umas imagens gravadas à revelia de Judite e depois fazê-las chegar a um meio de comunicação social que as torna públicas. Não sei a razão por que as imagens foram reveladas, até porque imagino que entre equipas de trabalho no Correio da Manhã já existiram discussões iguais a esta ou até mais fortes. Eu já tive algumas, já assisti a muitas, qualquer pessoa que trabalha no meio já as teve. Neste tom ou em outro tom qualquer. Não sei se a Judite tem um problema nos olhos, não sei se o câmara está com má vontade, não sei se a Judite foi autoritária, ou se o repórter teria que pedir a tal autorização a Lisboa… Sei que a publicação destas imagens, no meu entender, tem apenas como objectivo estragar a imagem de Judite Sousa e isso parece-me muito pouco profissional e humano. Mesmo! Se alguém me conseguir responder à pergunta “O que ganham com a publicação destas imagens?” E a resposta for razoável, eu talvez pense que a sua partilha fez algum sentido, mas como sei que não há resposta que justifique tamanha canalhice fico na minha. E a canalhice começa na pessoa de carácter duvidoso que ‘roubou’ estas imagens, que acredito foram gravadas porque o sinal de satélite estava aberto do Brasil para Lisboa, e depois teve a ideia de as passar a outra pessoa. Isto é mais que canalhice. Tem vários outros nomes, como imaginam! Dizem-me que está já aberta uma investigação. E era bom que se chegasse ao responsável e que o responsável viesse assumir as culpas e pedir perdão. De que massa somos nós feitos quando agarramos na fragilidade de uma pessoa e a tentamos derrubar ainda mais? De que massa somos feitos se, enquanto jornalistas, não sabemos de cor e salteado que isto acontece em todos os lados sem ser tema de noticia nem assunto de manchete? De que massa somos feitos quando queremos a qualquer custo passar a imagem de moralistas numa moral que não temos? Porra! O que fizeram à Judite Sousa foi uma das maiores canalhices dos últimos tempos. Se quiserem, podemos depois falar do que diz Judite, do que diz o colega, do sol, da casa-de-banho, do cabelo, da gravação… Podemos pensar que quem fez isto queria transformar Judite numa vilã, mas que para quem tem dois dedos de testa rapidamente se percebe que passou de vilã a vítima. Lembrem-se sempre que nem os bons são tão bons nem os maus tão maus. Não digo com isto que Judite é um exemplo de pessoa no trato profissional. Não sei, não a conheço a esse ponto. Posso garantir que comigo, sempre que precisei profissionalmente, foi impecável. Nunca me falhou. E essas coisa eu costumo tomar nota. É isto!
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Imagem: Net
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