… Não me parece fim de Novembro. Juro que não me parece! Parece outra data qualquer no meio do ano, num período onde esteja frio e chuva, mas não Novembro. Porque Novembro cola muito ao Natal e eu não estou ainda preparado para o Natal. Parece que o ano andou muito depressa, a correr. Aconteceram tantas coisas ao mesmo tempo que, sem me dar conta, fiz anos e estamos a bater à porta do Natal. Hoje, quando em casa se falava onde se vai fazer a árvore de Natal, lembrei-me disso, porque não estou ainda dentro do espírito natalício, e acho que o ano passado por esta altura já estava. Acho que o Natal é uma coisa que se acende dentro de nós, num determinado momento, em que, juntamente com luzinhas, músicas e frases da altura, nos carrega num interruptor e entramos quase automaticamente na época. Mas ainda não me aconteceu. Talvez porque tenho andado a mil, porque ainda não tive tempo de passear pela baixa da cidade, porque no Alentejo ainda não me cheira a fritos nem a madeiro ardido, porque a rádio não tocou ainda clássicos desta altura… Pode ser por isso ou porque ainda não carreguei no tal interruptor. A minha filha e as minhas sobrinhas já começaram com as tradicionais pistas e listas que chegarão – pensam elas – ao Pai Natal, em quem – pensamos nós – elas ainda acreditam. A verdade é que hoje quando me debrucei à janela não me pareceu final de Novembro… Agora sim. Agora, que olho com mais atenção, percebo que este frio húmido faz sentido nesta altura do ano, que este nevoeiro faz parte e que os sonhos que alimentamos têm de se meter nos presentes de Natal na noite da consoada. Sejam eles quais forem. Pode ser que seja cedo para os começar a embrulhar, mas de hoje a um mês é noite de Natal e eu tenho um embrulhado à espera de ser apreciado, há dois anos. E para embrulhar um sonho, que é ao mesmo tempo um presente, nunca é cedo. Não sei se concordam!
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