… A SIC Caras faz hoje cinco anos. Eu estou dentro dela há quatro, mas lembro-me da agitação do dia de estreia. Na altura, eu fazia com a Ana Marques os exteriores do programa Sextas Mágicas e coube-me fazer o directo de inauguração. Naquele momento pensei ‘Eu devia estar neste projecto!’, mas não estava. Estava em outros e o destino encarregou-se de me meter na vida da SIC Caras um ano depois. E, nessa altura, sinto que renascemos todos. Eu e o canal, eu e as pessoas com quem trabalho ali. Entrei no Passadeira, fiz especiais, ganhei a Liliana Campos como nova parceira de televisão e ainda um programa como o Contra-Capa, num registo que nunca se tinha feito em Portugal. Fiz muitas coisas nestes quatro anos, mas não se pode questionar que o Passadeira Vermelha é o programa de eleição do Canal, foi com ele que se estrearam as emissões e é ele que hoje assinala também cinco anos de vida. Eu faço parte do seu pulsar há quatro anos, e fico satisfeito com isso. O Passadeira Vermelha é em Portugal o único programa de comentário e atualidade feito com a espontaneidade que mais nenhum tem e com a graça de comentários que só ali se conseguem ouvir. Graça e credibilidade. Com o Passadeira, eu ganhei um novo público e ainda mais a certeza de que, para se fazer bem este género de televisão, precisamos de muita ginástica. Já disse isto várias vezes, eu não sou ali um comentador no verdadeiro sentido da palavra. Eu sou um ‘artista de circo’, que durante hora e meia oscila entre a absoluta credibilidade do que diz e a loucura de um vaipe qualquer que cativa o espectador. Até aparecer o Passadeira, não era comum vermos pessoas falarem descontraidamente dos assuntos como nós o fazemos, e, até aparecer o Passadeira, era menos comum ainda ver gente levar a sério assuntos tão ligeiros que aliviam o dia. O programa é leve? Claro que sim! Mas não é fácil de fazer, porque ‘alimentar’ um programa de hora e meia todos os dias, que mantenha o público atento, não é tarefa fácil. Muitas vezes chego cansado, dispo-me de tudo e ‘bola para a frente’. Sou Eu e o meu telefone, em linha directa com os protagonistas ou com as birras que faço quando não levo a minha razão em frente. Muitas vezes não tenho razão. Mas sei que há sempre alguém em casa que pensa como Eu. Serei o mais louco dos comentadores? Claro que sim, mas criou-se uma dinâmica absolutamente fundamental para que algo deste género funcione mesmo. Interacção verdadeira, sem panos quentes nem vontades de agradar. Eu grito, pulo, levanto-me, represento, canto (mal, mas canto), danço… Eu gosto de fazer coisas diferentes sempre que me passa pela cabeça, porque já que a Passadeira Vermelha está estendida, então cabe-me aproveitá-la da melhor maneira, para que se divirtam em casa. E eu sei que se divertem! O programa é um desafio brutal e constante. A concorrência é feroz, mas eu sinto-me um vencedor por estar ali no meio de uma equipa que pode ser pequena, mas é trabalhadora, capaz, competente e paciente… Porque chato como Eu sou, nem todos aguentariam. Obrigado a todos. Hoje temos programa especial. Estão todos convidados!
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